Wednesday, July 19, 2006

Por que DOR não rima com AMOR?

Guerra no Oriente Médio, bombardeios no Líbano causados pelo governo de Israel. Tanto ódio e tanto medo que pode causar a destruição do mundo.
Será que vai ser sempre assim? Será que nunca se dará uma ÚNICA chance à paz? Será
que não poderemos viver um só minuto sem guerras, sem mortes em massa, sem bombardeios, sem ódio? Até quando o ser humano vai utilizar a violência e agressividade para resolver seus problemas? Afinal de contas não evoluímos o suficiente para dar um fim de vez nestas formas brutas e insensíveis de nos relacionarmos?
Vieram homens iluminados ao mundo: Jesus, Buda, Maomé, Confúcio, Sócrates, , Jonh Lennon, Gandhi , Bakunin, Marx, etc...Pessoas que pregavam amor, paz, igualdade, liberdade, coisas boas para a humanidade, coisas que se utilizarmos em nossos dias na Terra, não precisaríamos uma só vez, sentir dor, ou chorar, ou sofrer... Tem horas que penso que tudo foi em vão...
Os homens são cegos e embrutecidos, e principalmente, sentem muito medo, são muito covardes, afinal, pois para ter um mínimo de bondade e compreensão para com outro ser humano, é necessário muita coragem. Nós não temos a capacidade de nos entendermos e aceitar nossas diferenças (sendo que mesmo diferente, somos todos homens, da mesma espécie ou seja, “semelhantes”)... E esta tremenda ignorância em compreender isto que nos faz pensar em destruir o outro...
Além de tudo, como se já não bastasse, ódio gera mais ódio, jamais gera amor...Deveria até gerar, deveríamos aprender a “dar a outra face”, aprender com nossa dor, afinal de contas, ela não existe em vão. Acredito que tudo que existe no mundo, todos os nossos
sentimentos, sejam eles os mais terríveis, como ódio, dor, raiva, inveja, cobiça, ganância, egoísmo, medo, enfim, todas essas coisas, existem com uma finalidade: fazer o ser humano se tornar melhor, evoluir...(pelo menos, acho que este foi o plano...)
Se o que causou minha dor no momento, foi gerado pelo ódio, seja meu ou de outro, vamos devolver com amor!
Se minha cobiça me causa sofrimento, terei que aprender que é ela a raiz do meu problema.
Não se deve acostumar com a dor...Ela não foi feita para nos embrutecermos, mas sim, para nos sensibilizarmos. Ela não foi feita para que nos tornemos estátuas desprovidas de emoção, mas sim, para nos tornamos humanos cheios delas, ricos em sentimentos e sensibilidade... O nosso caminho é a continuação da nossa espécie, e não, o término dela...Pq nos matarmos uns aos outros, pq este tremendo ódio à nós mesmos? O que falta no ser humano? Auto-estima? Pq nos “suicidamos” cada vez mais, com todas essas guerras e esse ódio que pregamos? Pq tanta culpa, tanta auto-flagelação, tanta raiva de nós?
A HUMANIDADE está se auto-destruindo aos poucos. Enquanto vc não ama seu semelhante, tb é incapaz de amar a si mesmo...Pq o mundo não é feito para um só homem e nem por um só homem, mas sim, por todos e todos somos só um. O coração dos homens é só um coração, bate em uníssono, precisa bater...Jamais seremos capazes de sobreviver sem este compartilhamento. “Todos nós precisamos de todos” , somos interdependentes e não há nada que mude isso...O HOMEM um dia vai ter que entender de vez este principio, se quiser continuar vivo.
È necessário amar para que plantemos flores, é necessário nos amarmos e amar o outro para que cuidemos da nossa água, do nosso solo, do nosso céu...É necessário cuidarmos de nosso mundo para que possamos viver com dignidade. É necessário cuidarmos de nós e dos outros para que continuemos...


"Tudo é dor. E toda dor vem do desejo de não sentirmos dor" (Renato Russo)

Sunday, July 02, 2006

Não quero ser "a santa"

Uma mulher virtuosa jamais pode ser amada. Ela pode ser idolatrada, santificada, beatificada, porém, jamais amada.
Eu não quero ser “a santa”, tenho horror à santidade e pureza. A maioria das santas são virgens, intocadas, como que dizendo que para ser realmente mulher temos que ser puras de sexo , puras de corpo, puras de tudo, como a Virgem Maria, aliás, não temos que ser nem mulheres, nem humanas, não devemos ser nada, devemos ser abolidas da face da Terra.
Eu fujo tanto deste padrão, que acho que nunca vou ser realmente amada, pq na cabeça da maioria das pessoas, este é o padrão que ainda domina.
E eu temo pelas mulheres que ainda mantêm isto de pureza nos relacionamentos. Fazer sexo só quando casar, não ter sexo casual, não mostrar o corpo, não ser desejada, fugir de quem a quer sexualmente. Ficar tempos negando o sexo com o parceiro, para ter certeza de que ele o ama. Na verdade, todas essas mulheres, estão mais sujeitas a confundir o amor com um monte de coisas que não significam verdadeiramente amor, como sentimento de posse, por exemplo. Vc me dá que eu te dou...Toma lá da cá...E isto é “amor”???
Uma mulher pode e deve fazer sexo toda vez que lhe der vontade. Uma mulher pode e deve explorar seu corpo, suas fantasias, seu sexo, descobrir o que lhe agrada. Pode e deve, escolher seus parceiros, aquele que a seduz mais, aquele que a deixa mais excitada, aquele será bom na cama com ela e negar os que ela acha que seriam ruins, mesmo que seja o homem que o pai dela escolheu para casar (se é que isto existe ainda).
Não devemos fazer tudo pelo sexo, claro que não, existe amor sem sexo e vice-versa, mas sendo uma “enclausurada” não te garante o amor da sua vida. Para encontrar isto, vc deve experimentar e procurar. E muito!
Por isto, só de pensar em ser uma santinha, me revira o estômago...Meu corpo foi feito para ser tocado e não, colocado num pedestal que ninguém consegue chegar nem perto. Devemos realmente escolher nossos homens, não só pela forma como tocam nosso corpo, mas também avaliar o impacto que isto causa neles. Devemos avaliar se fogem ou se ficam, se são capazes de agüentar uma mulher sexualmente liberada ou se preferem as donas-de-casa que vêem novela... Se estão ali preparados para amar realmente, ou se preferem viver nos contos-de-fadas (sim, os homens tb tem estes sonhos idiotas). Na verdade, devemos preferir os que não fogem, os que são capazes de nos amar pelo que somos: mulheres, seres humanos, não santinhas que ficam no altar da igreja. Nós menstruamos, amamentamos, damos á luz, temos TPM, menopausa, e outras infinidades de coisas estranhas...Somos seres curiosos e damos medo,mas devemos amar quem tem coragem suficiente para desvendar nossos segredos e se saciar com toda nossa loucura.
Somos mulheres e quem criou o mito de que temos que ser santas, o fez para nos ferir e tirar de nós o gozo pela vida.
O que podemos fazer então?
Esfregar nossa vagina na cara destas pessoas e deste mundo que nos diz que devemos nos retrair e nos recolhermos como se não existíssemos...
Prefiro ser uma puta do que uma virgem...Prefiro dar sem pedir nada em troca, do que cobrar pela minha vagina. Só quero poder escolher meus parceiros, pq afinal de contas, tb quero prazer...
Por isso....Jamais confie num homem que lhe diz que está contigo pq vc “é certinha”. Ele “certamente” não te ama, como ainda por cima deve ser um tarado. Homens livres não necessitam de exclusividade... E pessoas livres, são muito mais capazes de amar verdadeiramente.

Saturday, July 01, 2006

A mulher e o açoite

Outro dia, conversando com uma pessoa, me surgiu a seguinte questão na cabeça: o que nós mulheres queremos? E eu mesma respondi mais rápido que um raio: tudo!
E “tudo”significam, as mínimas coisas e mais um pouquinho. Àquelas futilidades sabe? Aquelas besteirinhas que não nos damos conta, mas que fazem um bem danado para a alma. Queremos a “alienação”, não no sentindo pejorativo da palavra, mas sim no que significa estar sem pensar em nada, só nas coisas menos importantes. Porém, existe um motivo para querer isso agora. E eu posso deduzir qual é...
Nós mulheres vivemos submissas durante um bom tempo. Caladas, inseguras e oprimidas, conseqüentemente, revoltadas e muitas de nós, não bem resolvidas, vingativas. “Abriu-se a portão para a mulher” e saímos correndo feito loucas, derrubando cercas, pisando em canteiros, correndo pelos prados verdejantes, tomando banho nuas nos rios, e ainda estamos assim... O mundo é como se fosse a Natureza, o ar livre e queremos respirar...
Tanto tempo cuidando da casa, dos filhos, do marido, da família, preservando as tradições, sendo um elo entre as gerações, a responsável pela continuação da vida, a procriação, responsabilidades demasiado pesadas em nossos delicados ombros. E o chicote açoitando...
Agora , o que queremos é tomar um chopp na esquina com nossas amigas. Como fazem os homens , só que muito melhor, porque chopp contém muitas calorias, então vamos de suquinho mesmo ou refrigerante diet (temos que saber separar o joio do trigo, não é? Aprendemos com nossos maridos e pais alcóolotras).
Nós mulheres....Ah, como aprendemos a viver! Mesmo debaixo de todo aquele açoite, amarradas no tronco, conseguimos refletir e sonhar com o mundo que temos agora, que ainda não é o ideal, mas que será após a última mulher do último lugar do mundo dizer: estou plenamente saciada! Matei minha vontade!
Mulher sempre será mulher, mas uma mulher satisfeita é mil vezes mulher....Só assim podemos ser mães tranquilas, companheiras felizes, e amantes extremamente sensuais. Só assim, podemos fazer todas à nossa volta felizes também, além de nós mesmas, que é o mais importante.
Eu não preciso que me digam o que fazer, por isso sou livre. Já provei para o mundo e para mim mesma que consigo qualquer coisa e faço muito melhor. Não somos incapazes, como nos disseram a vida inteira. Somo tão humanas e tão capazes como qualquer outro ser humano. E é tão linda toda esta força doce, macia da mulher...Esta coisa que não se impõe pela violência, somente pela moral, pelo que é certo e verdadeiro. Uma maturidade conquistada à duras penas, um olhar correto sobre a vida, uma retidão que não se desfaz nem com o maior terremoto. Saber viver é tão difícil, mas estamos quase chegando lá. Trabalhando para criar os filhos, amando para não ressecar por dentro, sonhando para esquecer que uma parte da gente é também divina e mágica e tudo pode. Chorando as perdas, sentindo a dor nas horas próprias para também não esquecer que mais divino que Deus é ser homem. Procriando sim, gerando vidas sim, porque ser mãe é uma coisa fantástica. Sendo feliz em cada passo, sendo livre em cada momento.
Para as mulheres que ainda não entenderam o recado eu digo: acordem, façam o que lhes dá na telha, atendam aos seus mais escondidos desejos, realizem seus mais preciosos sonhos, vão atrás do que querem e conquistem, nem que sejam as estrelas.
É importante para a mulher ter um objetivo diferente de casar e ter filhos meramente. Ela precisa ter um sonho diferente desse. Então, quem ainda está perdendo tempo, não perca mais. Esqueça o açoite, ele ficou lá para trás, a responsabilidade pela manutenção da vida é de todos e não só nossa, paremos de jogar tudo para nossas costas...