Saturday, June 07, 2008

Machismo: um pré-conceito

Levando um papinho "básico" com minha irmã e amigas e juntando com um outro que tive com os amigos do meu marido, resolvi escrever este artigo.
Bem...Tudo começou com as queixas. As delas e as deles. Eles falando mal das mulheres em geral e elas, dos homens. Ninguém presta na visão de ambos. Claro, isso é ÓBVIO, pq o ser humano não presta mesmo, isso todos nós já sabemos, e como homens e mulheres fazem parte deste restrito círculo chamado HUMANIDADE, já podemos concluir que não estão tão errados assim, né?
Porém, o que falta mesmo entre estes dois seres é entendimento; compreensão; diálogo (sincero e profundo). A verdade é que nós estamos sempre buscando ídolos, algo para admirar e dizer: "não foi feito para mim"; não “presta”;" fiz de tudo para conquistar, mas não me deu valor". Oh, mundo cruel!!! Isto é o que ouvimos frequentemente. Mas o que há na verdade?
A verdade somos nós. Dentro de nós é que está o problema, pois nos vemos no outro, como um espelho, mas um espelho que mente, como aqueles de circo, onde vc se vê mais gordo, mais baixo, mais alto. É tudo uma projeção mentirosa e não, a verdade, o real...
Queixas, queixas e mais queixas...O homem dizendo que a mulher só quer dinheiro e a mulher revoltada com tudo em relação aos homens que não dá chance para diálogo. Ele diz: "ela só quer grana". Ela diz: "ele é acomodado, quer me explorar, etc". O gordinho quer namorar a magrinha e a quer perfeita, pq ele se vê na projeção mentirosa dele mesmo, ou do que ele poderia ser se fosse como ela, ou seja, magro, mas que se realmente fosse magro, talvez nem se importasse com isso... Ela, querendo o cara com grana, pq ele é acomodado, mora num barraco e quer pagar a aliança de noivado em 50 vezes sem juros, e ela não quer ajudá-lo pq a obrigação é dele.
Eu até entendo as mulheres, do porquê delas se acharem trouxas o tempo todo, que se ajudarem, se ficarem ao lado do cara, nas piores circunstâncias eles ao final, vão lhe dar um pé na bunda quando estiverem bem. Mas esta paranóia não nos faz feliz, porque nos iludimos muito achando uma boa conta bancária do homem ou um bom emprego vai nos garantir que ele nos ame e não nos traia nunca. Muitas vezes até chegamos a dizer que “ao menos ele paga as contas” .. Então vale a pena ser chifrada, humilhada e rejeitada só por dinheiro? Será que tb não estamos nos prostituindo, sendo como aquelas, mais sinceras, que ficam no calçadão de Copacabana e que tanto insistimos em julgar???
E pelos homens, quando dizem que elas só querem o dinheiro, mas nem saem de casa para uma balada se não tiver ao menos 50 reais para pagar uma bebida ou um motel??? Pq eles acham que tem que pagar tudo??? Ah, sim, esqueci, a culpa é das mulheres. Elas é que não aceitam um cara sem dinheiro.
Falta diálogo. Sensível e profundo. Falta confiança, falta olho-no-olho e realidade. Todos nós trabalhamos, a vida está difícil para todo mundo. Ninguém quer ficar com alguém que se encosta, ou pelo menos, não deveria. Não é aceitável nem para a mulher nem para o homem. Mas onde está escrito que um não pode ajudar o outro nas suas realizações? Onde está escrito que uma mulher não pode pagar o motel para um homem, ou trabalhar enquanto ele está fazendo faculdade?
Os homens reclamam das mulheres, que elas querem dinheiro, quando na verdade, o que elas querem é compromisso. Mas uma tamanha desconfiança as impede de acreditar no seu homem. Porém, eles reclamam mas muitas vezes tb desdenham das mulheres que ajudam os homens(não eles, os outros), demonstrando o quanto são contraditórios. E as mulheres então?Querem igualdade, mas não na hora de pagar as contas, demonstrando o quanto são contraditórias tb.
Na verdade, ninguém quer igualdade: nem o homem nem a mulher. Querem é permanecer nesse jogo de ilusões pq eles próprios não podem se olhar no espelho que os demonstram como realmente são. Ninguém quer se ver, se olhar, se perceber...Quem sou eu: "eu sou só um homem, trabalhador e quero uma mulher trabalhadora como eu"; "eu sou só uma mulher e ainda acho romântico uma flor catada no meio da calçada pq eu não preciso de um buquê de rosas da florista mais cara para me sentir valorizada."
E o machismo sempre será isto: pré-conceito, pré-conceito, pré-conceito. Aliás, resumindo, tudo de ruim na nossa vida, é na verdade, fruto de milhões de pré-conceitos que insistimos em manter nela. E porquê?
Pq somos seres humanos, oras...Rsrsrsrsr

Wednesday, April 09, 2008

Casamento é difícil

Gente, casamento é complicado. Não sei se é só para mim, mas eu tenho enorme dificuldade com este tipo de união. Na verdade, tem horas que acho que não nasci para isso. Ás vezes me vejo sozinha, solteira, sem compromisso, só com um namoradinho nas horas vagas: tão mais fácil!
Quando a gente casa, é uma aporrinhação a todo minuto. Preocupação com dinheiro, segurança, fidelidade, confiança, saúde, futuro, etc e etc. É ter que conviver com aquela nuvenzinha negra na cabeça o tempo todo.Além disso, conviver tb com a individualidade do outro e a sua própria, saber dividir, ser tolerante e menos controladora. E fazer tudo isso contando até 10 para não jogar tudo para o alto. Será que vale à pena?
Felizmente, eu tive sorte. Dos dois maridos que tive todos os dois foram bons. Tanto o primeiro quanto o segundo, o atual. Acho que eu é que não sou boa o suficiente, até...Eles são sempre tranquilos. Meu marido atual, então, é tranquilinho: super caseiro, só vez por outra sai para ver seu futebolzinho e beber uma cerveja com os amigos, mas volta logo pra casa. É carinhoso, está sempre preocupado comigo e sempre dá conta do que faz. Trabalhador, rala pra caramba e ainda encontra tempo para estudar à noite. Claro, tem seus defeitinhos, pois nem tudo é perfeito, adora uma boa mesa, não aceita comer qualquer coisa em casa,eu que não gosto de cozinhar, tenho que ver meumarido passar fome, pq não tem nada que me obrigue a ir para a cozinha. Se fosse nos tempos antigos, JAMAIS eu ia me casar . hahahahahah Também cisma com umas coisas de roupa e outros babados que eu nunca me toquei, mas avaliando o seu ascendente, que é touro, dá até para entender pq ele é meio mimado. A parte boa é que ele é calminho e fiel. Agora falou a palavra mágica: FIEL.
Enfim, eu tô casada novamente e vamos ver no que dá. Estou tentando ir contra a minha "avassaladora" lua em conjunção com urano, que me faz não ser muito chegada a compromissos, e ser mais tolerante.
TOLERÂNCIA É A PALAVRA. Pelo menos para mim.

Saturday, March 29, 2008

Dengue

Tá todo mundo culpando o Estado por causa da epidemia da Dengue. Sim, a culpa é do Estado "também", mas não só dele, a população tem sua parcela de culpa.
As pessoas votam para não terem que se preocupar com nada. Elas delegam suas vidas a outrem e fica descansadas em casa, achando que estão pagando alguém para administrá-las, mas é aí que mora o perigo. A irresponsabilidade do povo, aliada à acomodação de achar que está confortavelmente protegida de todos as intempéries que possam surgir, é a sua desgraça. Se nos consideramos tão burgueses ao ponto de pagar alguém para cuidar de nossa vida, pq não temos tempo de pensar nisso, pq estamos mais preocupados com carnaval, futebo, BBB 8, 9,10, 50, pq não fazemos direito e fiscalizamos para ver se o "serviço" está bem feito?Nem isso a gente faz...Se somos capitalistas mesmo e acreditamos que o dinheiro é que move o mundo, estamos empregando mal nossos tostões.
E eu não vou ficar aqui poupando o povão, não, aquele mais pobre, pq ele também é assim, não só a elite. Eles também tem esta idéia errônea sobre o Estado, os políticos e tudo relacionado a isto.
É muito fácil culpar o governo, mas a culpa está em todos nós, aliás, principalmente em nós.

Saturday, March 08, 2008

Agora percebi: moro na favela!

No começo da semana, houve um tiroteio aqui perto de casa. Eu estava aqui sentada no computador quando tudo começou. Minha mãe saiu gritando apavorada do quarto dizendo que os tiros estavam embaixo da janela e que os traficantes estavam tentando entrar na casa de baixo. Eu, ela e minha irmã fechamos nossas janelas e ficamos trancadas na cozinha, atentas a todos os sons e rezando para que eles fossem embora e não entrassem em nossa casa. Meu coração batia à mil, descompassado. Minha mãe chorava. Ficamos as três agarradas até que os tiros pararam.
Lentamente, fomos para a sala, evitando olhar pela janela.
Daí a ficha caiu: "eu realmente moro numa favela!" E logo depois: "Tenho que sair daqui!"
Eu era ingênua quando me mudei para cá. Aluguei esta casa, mas não pensei que o lugar fosse tão perigoso assim. Não estou acostumada com isso e nem sei se irei, pois na minha cidade natal (Petrópolis) não havia estas coisas e eu não sei lidar com isso,pq eu me revolto com este tipo de coisa. Realmente, eu não aceito. E acho que nunca vou entender de verdade.

Wednesday, February 27, 2008

O que vc está fazendo realmente?

Eu ando muito cansada do mundo. As pessoas falam em revolução, em mudar o mundo, mas nada adianta se o ser humano não mudar dentro dele.Atitudes desconectadas do coração, dos sentimentos, do respeito ao próximo, da ética, da honestidade, de certos valores morais que hoje em dia parece terem desaparecido, não levam à nenhuma transformação da sociedade.
Vejo tantas pessoas se dizerem "revolucionários", porém incapazes de dar afeto e de amar. Alguns usando a sua compaixão pelos menos favorecidos para satisfazer o ego. Outros, pregando uma causa nobre para se sentirem deuses; totalmente envaidecidos pelo que consideram" genialidade".Porém, nada do que fazem é fértil, pois não é o que proferem de suas bocas que faz o mundo melhorar, mas sim, suas ações, no cotidiano de suas vidas, nas tarefas mais corriqueiras e simples da sua existência.
É o ser que determina a repercussão de suas ações e não, suas idéias ,pois ninguém acredita em alguém que fala bonito, mas não faz nada do que fala.Palavras o vento leva. E justamente o que fala muito nada faz, pois já se satisfez com suas palavras. Quem não fala, ao contrário,sente falta da ação.
Não estou criticando apenas o outro, mas reconheci este erro muitas e muitas vezes em mim mesma. Quantas vezes me contradisse com as idéias que prego e com as atitudes que tomo no dia-a-dia? Muitas...
Por isso agora, prefiro calar e dar um abraço; prefiro chorar a praguejar; prefiro ficar em silêncio diante do absurdo, do que tentar explicá-lo ou convencer que pedra é pedra e pau é pau:eu cansei de discutir o óbvio.Atualmente, prefiro tomar atitudes aparentemente passivas, do que ficar ativa mas sem nenhum conteúdo. Podem me chamar de "medrosa", "submissa", etc; rótulos que nossa sociedade dá para o que não compreende,não aceita, ou tem uma idéia preconceituosa.
Como diz no Tao-Te-King: "Tudo que existe serve para ser possuído e o que não existe, para ser útil." Então, prefiro não existir. Me despojo da vaidade, do orgulho, da fama, para enfim, me nutrir e me vestir das coisas que realmente levam à alguma transformação.

Monday, February 25, 2008

Nunca gostei de futebol, agora odeio

De uns anos para cá eu venho detestando futebol. Não fosse o ser humano ridículo como é ainda dava para aturar, mas sendo o "dito cujo" assim, fica ruim de "engolir" todo este circo que é o futebol, além de ultimamente, ser um campo altamente minado, onde as pessoas pisam e explodem as coisas mais irracionais possíveis. Matar alguém pq não gosta do time da pessoa? Até onde vai a imbecialidade humana? Eu prefiro nem prever, me dá arrepios só de imaginar.
Já faz tempo que faço longos discursos contra o futebol; já faz tempo que o abomino e se me fosse dado algum poder, seria tirana: proibiria! E hoje, especialmente hoje, eu o odeio ainda mais, pois um rapaz no auge dos seus 23 anos, namoradinho de minha prima, também uma criança como ele, foi executado por imbecis numa estrada quando estava indo para casa, logo após a final entre Flamengo e Botafogo.
Uma vida perdida. Pais, irmãos, amigos, namorada, que ficam inconsoláveis, extremamente tristes. Muita dor. E por qual motivo? Estupidez...
A gente não precisava passar por tudo isso; não precisaríamos viver desta forma, sofrer, sentir dor...Somos tão idiotas que transformamos aquilo que deveria ser um divertimento em dor. Não deixamos nada que possa nos fazer felizes, nada que nos deixa mais confortados, pois fazemos "questão" de destruir tudo à nossa volta, como se masoquistas fôssemos. Tudo reflexo do nosso interior autodestrutivo.
Ó humanidade! Quando irá perceber que algo que precise trazer dor aos seus semelhantes de nada vale? Quando deixará de impugir dor ao seu próximo e de sentí-la também? Quando será forte o suficiente para transformar tudo em amor e dele se servir?
Quando daremos um basta neste ciclo vicioso que só nos faz sofrer?

Thursday, February 21, 2008

Fui assaltada

Sei que não é novidade e ninguém mais liga para isso, infelizmente, mas fui assaltada em Santa Teresa. Bem que me disseram que este bairro está violento,mas nunca tinha acontecido comigo. Até agora...
Como sempre, em assaltos, eu jamais penso como ser assaltada, mesmo que a rua esteja deserta e o bairro seja violento,mas não sei o que acontece, é sempre quando não estou esperando. E também nunca penso que o bandido quer me assaltar, sempre acho que está me pedindo informação. Foi o que aconteceu na tarde de ontem.
Estava descendo Santa Teresa com minha mãe. Fomos de ônibus até o Largo do Curvelo e resolvemos descer pela Hermenegildo de Barros, com intenção de pegar o ínicio da Lapa, já que estávamos atrasadas para ir ao médico (ainda tem esta: não fui ao médico e estou com problemas de saúde, fui parar no Souza Aguiar segunda, depois de passar mal no meio da rua. Ô semana difícil, meu Deus!). Descemos a rua correndo, eu apressando e brincando com minha mãe. Quando chegamos na escadaria que dá para a Rua Taylor, eu vi dois caras de moto parando atrás da gente. Até vi um dele apontando com o queixo para mim,meio que espantados, mas como já disse, né?
Bem... Um deles saiu da moto e o outro ficou. Senti que alguém corria atrás de mim, descendo rápido a ladeira; parou na minha frente e disse: assalto com arma, assalto com arma, perdeu, perdeu; passa a bolsa. Pegaram a mochila da minha mãe, que ia para a escola depois do médico e minha bolsa. Minha mãe e eu ainda pedimos para que ele deixasse pelo menos os documentos, e ela ainda falou que estava indo ao médico, eles pediram desculpas e disseram que devolveriam e ainda chamaram minha mãe de tia.
MInha mãe chorava tanto, quis ir atrás deles para ver se iam largar nossas bolsas, então descemos a rua onde eles desceram. Acabamos indo parar na Glória e resolvemos ir para a delegacia do Catete.
Quando chegamos na delegacia até que um rapaz nos atendeu bem. Minha mãe, coitada, nunca tinha sido assaltada, estava se sentindo péssima, humilhada, etc. Eu, que já tinha sido assaltada algumas vezes, apesar de que há anos, já sabia como era a história.
Não vou dizer que fui mal atendida na delegacia, mas foi uma frieza tamanha. Primeiro que o inspetor não queria atender a gente se não parássemos de chorar. Tivemos que nos forçar a ficar calmas para sermos atendidas. Tinham roubado tudo da gente, até a chave de casa, estávamos sem 1 real no bolso, mas tínhamos que nos acalmar.
Tudo bem, ficamos calmas e conseguimos responder ao relatório.
Saímos de lá com "uma mão na frente, outra atrás". Uma moça ainda deu um dinheirinho para a gente (uma outra vítima de alguma coisa qeu estava na delegacia quando chegamos), chorei quando vi que eram 12 reais que ela tinha dado, agradeci em pensamento por aquela bondade, que Deus a abençoe.
Quando chegamos em casa, vimos que os assaltantes realmente devolveram nossas coisas com quase tudo dentro. Só me roubaram o celular e 70 reais. Encontraram nossas coisas perto do Largo do Curvelo e nos ligaram. Ainda tem gente boa no mundo.
De tudo isso, ainda tenho que agradecer aos assaltantes, foram os "mais justos". Nós realmente tivemos que contar com a justiça, mas deles e não, da que a gente paga com nossos impostos.
Enfim, meu prejuízo material foi de uns 200 reais (a compra de outro celular e mais os 70 reais), porém, o prejuízo emocional foi grande (não dormi a noite, tive pesadelos, acordei 6 e meia da manhã, briguei com meu marido,não fui ao médico e minhas férias estão para acabar, e me senti um cocô).
Agora aprendi uma coisa: vou viver minha vida,não importa a que preço. Vou fazer o que gosto e que se dane o mundo. Eu poderia ter levado um tiro e tudo acabaria ali, e o que adiantaria eu ter andado tão certinha???
É isso!