Wednesday, February 27, 2008

O que vc está fazendo realmente?

Eu ando muito cansada do mundo. As pessoas falam em revolução, em mudar o mundo, mas nada adianta se o ser humano não mudar dentro dele.Atitudes desconectadas do coração, dos sentimentos, do respeito ao próximo, da ética, da honestidade, de certos valores morais que hoje em dia parece terem desaparecido, não levam à nenhuma transformação da sociedade.
Vejo tantas pessoas se dizerem "revolucionários", porém incapazes de dar afeto e de amar. Alguns usando a sua compaixão pelos menos favorecidos para satisfazer o ego. Outros, pregando uma causa nobre para se sentirem deuses; totalmente envaidecidos pelo que consideram" genialidade".Porém, nada do que fazem é fértil, pois não é o que proferem de suas bocas que faz o mundo melhorar, mas sim, suas ações, no cotidiano de suas vidas, nas tarefas mais corriqueiras e simples da sua existência.
É o ser que determina a repercussão de suas ações e não, suas idéias ,pois ninguém acredita em alguém que fala bonito, mas não faz nada do que fala.Palavras o vento leva. E justamente o que fala muito nada faz, pois já se satisfez com suas palavras. Quem não fala, ao contrário,sente falta da ação.
Não estou criticando apenas o outro, mas reconheci este erro muitas e muitas vezes em mim mesma. Quantas vezes me contradisse com as idéias que prego e com as atitudes que tomo no dia-a-dia? Muitas...
Por isso agora, prefiro calar e dar um abraço; prefiro chorar a praguejar; prefiro ficar em silêncio diante do absurdo, do que tentar explicá-lo ou convencer que pedra é pedra e pau é pau:eu cansei de discutir o óbvio.Atualmente, prefiro tomar atitudes aparentemente passivas, do que ficar ativa mas sem nenhum conteúdo. Podem me chamar de "medrosa", "submissa", etc; rótulos que nossa sociedade dá para o que não compreende,não aceita, ou tem uma idéia preconceituosa.
Como diz no Tao-Te-King: "Tudo que existe serve para ser possuído e o que não existe, para ser útil." Então, prefiro não existir. Me despojo da vaidade, do orgulho, da fama, para enfim, me nutrir e me vestir das coisas que realmente levam à alguma transformação.

Monday, February 25, 2008

Nunca gostei de futebol, agora odeio

De uns anos para cá eu venho detestando futebol. Não fosse o ser humano ridículo como é ainda dava para aturar, mas sendo o "dito cujo" assim, fica ruim de "engolir" todo este circo que é o futebol, além de ultimamente, ser um campo altamente minado, onde as pessoas pisam e explodem as coisas mais irracionais possíveis. Matar alguém pq não gosta do time da pessoa? Até onde vai a imbecialidade humana? Eu prefiro nem prever, me dá arrepios só de imaginar.
Já faz tempo que faço longos discursos contra o futebol; já faz tempo que o abomino e se me fosse dado algum poder, seria tirana: proibiria! E hoje, especialmente hoje, eu o odeio ainda mais, pois um rapaz no auge dos seus 23 anos, namoradinho de minha prima, também uma criança como ele, foi executado por imbecis numa estrada quando estava indo para casa, logo após a final entre Flamengo e Botafogo.
Uma vida perdida. Pais, irmãos, amigos, namorada, que ficam inconsoláveis, extremamente tristes. Muita dor. E por qual motivo? Estupidez...
A gente não precisava passar por tudo isso; não precisaríamos viver desta forma, sofrer, sentir dor...Somos tão idiotas que transformamos aquilo que deveria ser um divertimento em dor. Não deixamos nada que possa nos fazer felizes, nada que nos deixa mais confortados, pois fazemos "questão" de destruir tudo à nossa volta, como se masoquistas fôssemos. Tudo reflexo do nosso interior autodestrutivo.
Ó humanidade! Quando irá perceber que algo que precise trazer dor aos seus semelhantes de nada vale? Quando deixará de impugir dor ao seu próximo e de sentí-la também? Quando será forte o suficiente para transformar tudo em amor e dele se servir?
Quando daremos um basta neste ciclo vicioso que só nos faz sofrer?

Thursday, February 21, 2008

Fui assaltada

Sei que não é novidade e ninguém mais liga para isso, infelizmente, mas fui assaltada em Santa Teresa. Bem que me disseram que este bairro está violento,mas nunca tinha acontecido comigo. Até agora...
Como sempre, em assaltos, eu jamais penso como ser assaltada, mesmo que a rua esteja deserta e o bairro seja violento,mas não sei o que acontece, é sempre quando não estou esperando. E também nunca penso que o bandido quer me assaltar, sempre acho que está me pedindo informação. Foi o que aconteceu na tarde de ontem.
Estava descendo Santa Teresa com minha mãe. Fomos de ônibus até o Largo do Curvelo e resolvemos descer pela Hermenegildo de Barros, com intenção de pegar o ínicio da Lapa, já que estávamos atrasadas para ir ao médico (ainda tem esta: não fui ao médico e estou com problemas de saúde, fui parar no Souza Aguiar segunda, depois de passar mal no meio da rua. Ô semana difícil, meu Deus!). Descemos a rua correndo, eu apressando e brincando com minha mãe. Quando chegamos na escadaria que dá para a Rua Taylor, eu vi dois caras de moto parando atrás da gente. Até vi um dele apontando com o queixo para mim,meio que espantados, mas como já disse, né?
Bem... Um deles saiu da moto e o outro ficou. Senti que alguém corria atrás de mim, descendo rápido a ladeira; parou na minha frente e disse: assalto com arma, assalto com arma, perdeu, perdeu; passa a bolsa. Pegaram a mochila da minha mãe, que ia para a escola depois do médico e minha bolsa. Minha mãe e eu ainda pedimos para que ele deixasse pelo menos os documentos, e ela ainda falou que estava indo ao médico, eles pediram desculpas e disseram que devolveriam e ainda chamaram minha mãe de tia.
MInha mãe chorava tanto, quis ir atrás deles para ver se iam largar nossas bolsas, então descemos a rua onde eles desceram. Acabamos indo parar na Glória e resolvemos ir para a delegacia do Catete.
Quando chegamos na delegacia até que um rapaz nos atendeu bem. Minha mãe, coitada, nunca tinha sido assaltada, estava se sentindo péssima, humilhada, etc. Eu, que já tinha sido assaltada algumas vezes, apesar de que há anos, já sabia como era a história.
Não vou dizer que fui mal atendida na delegacia, mas foi uma frieza tamanha. Primeiro que o inspetor não queria atender a gente se não parássemos de chorar. Tivemos que nos forçar a ficar calmas para sermos atendidas. Tinham roubado tudo da gente, até a chave de casa, estávamos sem 1 real no bolso, mas tínhamos que nos acalmar.
Tudo bem, ficamos calmas e conseguimos responder ao relatório.
Saímos de lá com "uma mão na frente, outra atrás". Uma moça ainda deu um dinheirinho para a gente (uma outra vítima de alguma coisa qeu estava na delegacia quando chegamos), chorei quando vi que eram 12 reais que ela tinha dado, agradeci em pensamento por aquela bondade, que Deus a abençoe.
Quando chegamos em casa, vimos que os assaltantes realmente devolveram nossas coisas com quase tudo dentro. Só me roubaram o celular e 70 reais. Encontraram nossas coisas perto do Largo do Curvelo e nos ligaram. Ainda tem gente boa no mundo.
De tudo isso, ainda tenho que agradecer aos assaltantes, foram os "mais justos". Nós realmente tivemos que contar com a justiça, mas deles e não, da que a gente paga com nossos impostos.
Enfim, meu prejuízo material foi de uns 200 reais (a compra de outro celular e mais os 70 reais), porém, o prejuízo emocional foi grande (não dormi a noite, tive pesadelos, acordei 6 e meia da manhã, briguei com meu marido,não fui ao médico e minhas férias estão para acabar, e me senti um cocô).
Agora aprendi uma coisa: vou viver minha vida,não importa a que preço. Vou fazer o que gosto e que se dane o mundo. Eu poderia ter levado um tiro e tudo acabaria ali, e o que adiantaria eu ter andado tão certinha???
É isso!