Thursday, January 25, 2007

Seguimos lutando!

continua...

"Fincaram" suas barracas na praça central da cidade, onde todos os pudessem ver e se mantiveram lá debaixo de pancadaria e mentiras e traições e lutas políticas e processos na justiça e ameaças de morte e tentativas reais e tantas e tantas outras coisas, que seria necessário um livro inteiro com muitas páginas para falar sobre isso.
30 anos!!! Eu tenho 32 e vivi a maior parte da minha vida, senão, praticamente toda ela, acompanhando isto tudo e até, lutando junto com eles, muitas e muitas vezes... Meus pais são os seres mais resistentes, mais orgulhosos e mais aguerridos que eu conheço. Eles tem uma força que não sei de onde tiram. Como suportam tanto eu não sei... Durante um tempo, que estava "de mal com eles" achei que eram loucos, maníacos, obssessivos... Eu queria amenizar minha dor de vê-los sentir dor. Porém, volta e meia, eu reconhecia estes mesmo traços que cheguei a julgar como "negativos" em mim mesma e consegui entendê-los de vez. E fiz as pazes com tudo o que eles acreditam, com sua luta e agora me acho capaz de dar-lhes o conforto do herói que volta ao lar depois de tantas batalhas.
Eu só vi meu pai chorar uma vez na vida: quando fomos expulsos da Vila Bakunin (uma ocupação da qual fizemos parte). Ontem, minha irmã me ligou dizendo que ele chorou novamente. Não falo com meu pai há uns dois ou três anos por motivos pessoais, mas não pude deixar de chorar tb. Ver uma luta de tantos anos sucumbir ao inimigo é muito triste. Minha mãe, por ora, já está mais com os pés no chão e me disse que "as coisas não duram para sempre" e que devemos deixar ir... Eu concordo, mas é uma parte da minha vida, um aspecto importante da minha origem e grande parte do meu passado que estão indo para o arquivo morto. Parte de mim vai morrer com aquela Feira. A praça estará lá com seus coqueiros e com árvores que eu e minhas irmãs brincávamos de esconde-esconde e pique tá com os filhos dos outros artesãos (que hoje já devem estar casados e com suas famílias), mas o espírito dela terá ido embora. Ela irá morrer tb.
Quando penso que é o próprio homem que faz com que coisas bonitas morram, perco um pouco da esperança na humanidade. O que me faz acreditar no mundo, é relembrar as pessoas que conheci ali, que lutaram ao lado da gente, muitos que já morreram, alguns que nem mais sabemos onde estão, se vivos ou mortos...

Centenas de pessoas passaram por aquela feira, entre artesãos, artistas plásticos, fregueses, famílias que se formaram e cresceram ali, amizades, amores que nasceram ali. Eu vou ter saudade de muitas coisas, infinitas coisas, infinitas...
Não tem como expressar tudo o que sinto nestas poucas linhas. Não como contar a história de uma vida inteira tão bem "vivida" em cada segundo, minuto e hora dela. Se podemos aprender muito da vida em um dia bem vivido, imagine em 30 anos!!!
Deixo aqui, minha homenagem a meus pais, que não só por serem meus pais, são seres muito especiais, mas por tudo que tiveram coragem de fazer com suas vidas. Deixo aqui tb a homenagem por muitos que lutaram ao lado deles, uns com medo, com receios, mas que enfrentaram mesmo assim, que foram além de seus limites...Deixo a minha homenagem à "tia" Elina, a Dona Sebastiana, seu Batista (todos falecidos), que foram os que mais ficaram conosco durante um bom tempo. E a todos os outros (vivos ou mortos) que sonharam conosco. E fizeram do nosso sonho uma realidade.
Eu concluo este artigo chorando de tristeza, de emoção, de alegria, de saudade, de dor, de raiva, de amor, afinal, o que vale ter lágrimas se não podemos chorar por experiências que nos fizeram ter todos os tipos de sentimentos e que foram tão profundos?

Seguimos lutando!

O sonho acabou

Acho que desta vez, a Feira de Artesanato de Petrópolis que todos estes anos (mais de 30), conseguiu se manter auto-gerida pelos artesãos, apesar de todos os obstáculos que foram sendo retirados com muitas lutas, vai sucumbir.
A gente nunca esteve numa situação muito boa. A Feira já teve seus tempos áureos, mas a categoria nunca foi muito unida, sempre tiveram aqueles, que em alguns tempos, foram muitos, quiseram ajudar o Estado a tomar conta do que havíamos conquistado com tanto sufoco. Tivemos tempos de paz, mas não durou muito. A cada governo que passava era uma nova tentativa de acabar com a gente, com nosso ganha-pão, com nosso orgulho, nossos sonhos, nossas esperanças, nossa dignidade. Porém, sempre tivemos força, sempre lutamos com unhas e dentes pelo que era nosso por direito, por merecimento, e até, pq não, por dever, pois afinal de contas, quem deve reger nossas vidas, somos nós mesmos e não um Prefeitozinho qualquer que não está nem aí para a gente, só quer nos usar para seus planos, nos manipular de todo o jeito.
Meus pais criaram a Associação dos Artesãos que depois acabou virando Sindicato do Artesãos Autônomos e lutaram na justiça, na política e na sociedade de uma forma geral, para garantir que pudéssemos ter um pouco de paz e sossego para trabalhar e dirigir as vidas e o trabalho de todos os artesãos do jeito que estes quisessem. Só quem trabalha pode ditar as regras e as normas para o seu próprio trabalho, não um Estado que nada conhece e que se acha no direito de se intrometer.
Porém, desta vez estamos fracos...A categoria não é mais aquela de antes, as pessoas de uma forma geral, mudaram muito, o capitalismo conseguiu acabar com o pouco de dignidade que ser humano ainda guardava dentro de si e nos tornamos piores que vermes, rastejando, mendigando por poucas esmolas que o Estado nos oferece.
Meus pais já estão cansados. Tantos e tantos anos sofrendo traições, que é algo que acaba com a moral de qualquer um, foram aos poucos, minando suas forças, suas resistências. Não é nada lutar com o inimigo, mas o pior é quando o inimigo está dentro do movimento, destruindo internamente algo que luta para se manter íntegro e com moral. Não há como lutar de cabeça baixa, com vergonha de si e dos companheiros.
Mesmo assim, durante mais de 30 anos, meus pais superaram tudo isto e para não sofrerem, já tinham se adaptado a estas coisas (se é que se pode adaptar-se a isto de uma maneira saudável). Mais depois deste longo tempo, depois que a idade vai tirando-lhes o vigor, que os problemas que antes os atrapalhavam, mas não acabavam com seus ânimos ou os impedia totalmente de se reerguer, eles estão a ponto de desistir.
Eu não os critico. Acompanhei bem de perto toda a sua luta. Meus pais são os seres humanos que mais admiro e que mais tenho inveja de não ter "vivido" tanto quanto eles. Eles realmente sonharam, eles realmente lutaram pelo seu sonho de com total entrega, de corpo, mente e alma. Minha mãe perdeu um filho nesta luta. Tanto ela quanto ele, nem tem onde morar hoje em dia, vivem da ajuda dos filhos e dos parentes: minha mãe mora comigo e meu pai com meus avós. Eles não tem aposentadoria, eu pago o plano de saúde dos dois. Minha mãe está diabética e meu pai, hipertenso. Ela com 57 anos, ele com 54. Não são mais os jovens que abalaram as estruturas de uma sociedade tão conservadora como a que havia (e ainda há) em Petrópolis. Chegaram lá hippies, com seus cabelos compridos, suas roupas estranhas e fundaram uma Feira de Artesanato no "peito e na raça".

Continua...

Nossa letargia está nos matando

A letargia das pessoas está muito grande, infelizmente não dá para melhorar o mundo com as pessoas tão acomodadas do jeito em que estão. Não sei o que está acontecendo, mas tenho certeza que o capitalismo criou algum jeito de deixar as pessoas assim. Acho que talvez a internet tenha este objetivo. Eu achava que de alguma forma ela poderia nos ajudar, propagando nossos ideais, fazendo comunicações com as pessoas que estão longe fisicamente, trocas de opiniões, sugestões, experiências, mas ela não está sendo usada como ferramenta para isso, para algo de positivo, ao invés, está aumentando a acomodação.
Mesmo assim....
Sempre que tento colocar a culpa no capitalismo, eu vejo que as pessoas é que são os verdadeiros culpados por este ter tanta força. Com certeza, é culpa do homem a sociedade em que vive não ser boa para ele nem para ninguém. Somos tão poderosos que criamos um monstro para nos matar à nós mesmos. De qualquer forma, a culpa é nossa. A nossa acomodação tb cria monstros, a nossa alienação, o "não sei e nem quero saber" da gente tb provoca algo. Ação e reação, nada mais que isto. Tão natural, tão simples, mas que não conseguimos enxergar. E não enxergamos por quê? Porque não queremos, oras! Enxergar a verdade dói, não é para qualquer um. É melhor viver achando que é feliz. É mais fácil. Talvez não seja uma vida verdadeira,mas é bem mais fácil...

Wednesday, January 24, 2007

Minha história parte 2: Meus pais diferentes...

Papai e mamãe eram muito diferentes dos "papais e mamães" dos meus amigos. Todo mundo queria ter um pai e uma mãe como a gente, pq eles eram bem mais "light" dos que os pais dos outros. Também...Eles tinham tanta coisa para fazer com a vida deles que não tinham tempo para ficar nos "pentelhando". Meus pais não eram aqueles pais que "viviam e morriam" pelos filhos, pelo menos, não diretamente. Eles lutavam por um mundo melhor, e nós estávamos incluídas no mundo, não?
De qualquer forma, minha vida era interessante para a maioria dos reles mortais que dormiam, acordavam, comiam e voltavam a dormir, para acordar no dia seguinte e ficar naquela rotina estúpida. A minha rotina era exatamente não saber o que seria no dia seguinte. Eu nunca sabia...
Era passar a semana toda tentando adivinhar se teríamos paz ou se teríamos que nos preparar para uma guerra no fim-de-semana quando meus pais iam armar sua barraca na Feira de Artesanato que eles lutaram para ser auto-gerida pelos próprios artesãos, sem a intervenção do Estado (prefeitura,no caso).
Eu já tive que aguentar tropa de choque para nos retirar da Feira, tapumes que cobriam a praça, para nos impedir de montar as barracas. Já fiz vigília à noite, durante uma semana, dormindo nos bancos ou em carros, em protesto e atitude de resistência, já tivemos que brigar com fiscais várias vezes com o ferro da barraca na mão ameaçando tacar na cabeça do primeiro que viesse mecher no nosso material ou tentar desmontar nossa barraca. Já tive que acatar ordem de juiz sob forte policiamento, já desacatei ordem de juiz. Perdi a conta de quantas vezes meus pais foram presos e de quantas vezes apanharam ou de quantas vezes eu chorei sem saber se iam voltar para casa.
Já perdi a conta de quantas vezes fomos para os jornais, televisão e rádio (dos jornais, meu pai tem umas caixas de papelão com todas as reportagens) . Já fomos ameaçados de morte, já vi meu pai enfrentar arma apontada para sua cara. Já vi tantas traições que nem sou mais capaz de julgar homem nenhum, acho até normal ter um amigo um dia , que "vive "na minha casa, brinca com meus filhos mas depois me trai como se nada tivesse acontecido. Já vi tanto isso acontecer que não me assusto com mais nada e isso é muito positivo, pq não me decepciono com ninguém. Acho tudo muuuito normal...
Meus pais nunca implicaram com minhas roupas. Eles até nos incentivando a ter nosso próprio estilo, davam dicas, etc. Quando era adolescente, até imitava meus pais. Minha irmã do meio pintou uma camisa parecida com a que meu pai usava quando era hippie. Mesmo com toda esta liberdade que a gente tinha, eu não via muito com o que me rebelar. Continuava sendo responsável, continuava me preocupando com os estudos e pensando no futuro. Acho que eu era a única adolescente que me preocupava com o que "ia ser quando crecesse"(rssss). Deixei o tempo da "porralouquice" para agora, depois dos 30.

Continua...

Um pouco da minha história

Atendendo a pedidos, decidi contar um pouquinho da minha história (rssss). Se bem que o que há de mais interessante nela, devo a meus pais, que com certeza, viveram mais momentos interessantes que eu...
Tive “a sorte” de nascer numa família de artistas. Meus pais são artesãos, trabalham com couro desde que me conheço por gente. Eu não tive uma vida muito comum a das outras criança na infância. Na maioria das vezes, era cuidada por todos, pq meus pais nunca tinham muito tempo para cuidar de mim ou de minhas irmãs. Além de estarem envolvidos com o trabalho deles, fazendo as encomendas das artes deles, tb eram envolvidos com política. Quando minha casa na era um ateliê, com um bando de gente trabalhando e martelando na minha cabeça, quando a minha mãe “batia” na pedra os sapatinhos de bebê de couro que ela fazia e aqueles retalhos de couro amontoados no chão, junto com cola de sapato e o cheiro do couro sendo queimando com pirógrafo; a minha casa tb servia de sede para reuniões do PT ou até, algumas vezes, para encontro dos hippies que fumavam baseado na minha cara. Bem, não estou reclamando, mas tinha horas que me perguntava se todas as crianças tinham uma família como a minha, se o pai delas tb era um cara de cabelo comprido cuja a cara elas nunca viram, pois quando nasceram, ele já era barbudo com bigode e que nunca,mais nunca mesmo, tinha raspado ou ao menos, aparado as pontas? A minha mãe era uma mulher que tinha até muque de tanto martelar sapatos, não gostava de se vestir como as outras mulheres, usava uma calça por debaixo de um vestido comprido e calçava tênis conga, além de detestar usar sutiã. Os dois andavam na rua e todos nos olhavam como se fôssemos a Família Adams. Éramos estranhos naquela pequena cidade chamada Petrópolis.
Eu não me achava normal, e hoje em dia penso que deveria ter feito terapia, pq tento realmente entender como o mundo “normal” funciona e não consigo e tb não me adapto. Na verdade, acho muito estranho as pessoas acharem normal que umas queiram pisar nos pescoços das outras e seguirem convenções ridículas, numa verdadeira falsidade e hipocrisia. É totalmente ridículo, mas as pessoas fazem isto como se fosse totalmente normal e até obrigatório, sendo que esta última palavra, para mim, não existe para certas coisas, como amizade, amor, etc...As pessoas se sentem obrigadas a amar, a gostar das outras, a seguir o que a sociedade determina como correto.
Eu até que era “careta”. Meus pais nunca precisaram me mandar estudar, eu já era um prodígio desde criança. Sempre fui muito adulta, sempre tive imensa responsabilidade com tudo. Não só, eu, isto se estendeu ás minhas irmãs tb. Eu nem parecia a filha de um casal de hippies: usava óculos, só andava de coque no cabelo, e era toda arrumadinha com meu uniforme, com minha mochila e meu livros escolares. Sentava na primeira cadeira da sala de aula e “realmente” prestava atenção no que a professora dizia. Nem preciso dizer que só tirava dez em tudo, era o xodozinho das professoras. Chegaram até a cogitar que eu era uma daquelas crianças especiais, que tinha o QI muito elevado e tal. Numa das escolas que estudei queriam até que eu fosse para uma turma mais avançada que ficava isolada dos outros, mas eu não quis, pq não queria parecer CDF (apesar de eu ser mesmo). Na verdade, eu me sentia sozinha, sem amigos e gostaria que todos gostassem de mim, e que meu sucesso nas provas não impedisse que os outros alunos da turma quissessem ser meus amigos, não só na hora de colar na prova, mas também no recreio, quando muitas vezes, eu fiquei sozinha.
Bem...Disto tudo, eu me rebelei no 2º grau, indo até suspensa por conta de “bater gazeta”. Depois, acabei percebendo que ser suspensa por isso era a maior besteira e acabei sendo expulsa por motivos políticos, que era muito mais “louvável” (rsssss).
Eu era uma criança medrosa, tinha medo do escuro, da “mão fria”, que minha mãe falava, de vampiros, da mendiga que tinha o apelido de “Maria dos cachorros” , de cair da escada do meu colégio e quebrar meus óculos, das meninas que ficavam implicando comigo por que tinham inveja de eu conseguir tirar nove na prova de matemática e elas, zero, então, me sacaneavam na aula de educação física, jogando a bola na minha cara na queimada (eu era aquelas meninas tontas que ficavam por último para serem queimadas, correndo para lá e para cá). Mas eu tinha coragem de discutir com o Diretor da escola pq ele queria que eu fizesse faxina na sala, junto com a turma, pq o Município não contratava pessoal da limpeza, e eu não achava certo. Quando todos tinham medo dele, eu não tinha. Quanto todos eram muito corajosos para ficar usando drogas no final da sala, mas não para discutir com os inspetores ou com o Diretor, eu tinha coragem suficiente. Às custas, de ficar com toda a turma contra mim, pois o Diretor a colocava de castigo por eu ter me rebelado contra ele. Eu ia embora e a turma lá ficava, pois tinha medo de ir contra o Diretor. Nem preciso dizer o quanto me odiaram, se já não gostavam muito de mim.
Eu também não era nenhum pouco medrosa quando se tratava de defender meus pais ou o que eles acreditavam. Quantas vezes já discuti com seus inimigos? Quantas vezes vi meus pais serem presos e fazer de tudo para ir também, o que era impossível, por eu ser criança?
Quando o “bicho pegava” eu estava sempre no meio da guerra. Não só eu, minhas irmãs tb, a gente preferia ser espancada no meio da pancadaria do que ficar longe dos meus pais. Se eles fossem mortos, nós tb queríamos ser. Acho que meus pais,nunca conheceram pessoas tão leais, quanto nós, suas filhas. Eles tiveram muitos amigos do peito, pessoas que davam o sangue por eles, mas todos estes se foram depois e alguns até,se tornaram adversários ferrenhos de uma hora para outra, mas nós, nunca, jamais! Até hoje, me pergunto se meu pai, com quem briguei há uns 3 anos, reconhece isso?
E assim, eu fui aprendendo sobre a vida. Eu acompanhei a vida deles, seus sonhos, seus ideais, sua vida, tão de perto, que sofri com seu sofrimento, que me senti traída quando eles tb foram. Meus pais nunca nos separaram de nada. Quando meu pai estava discutindo com alguém, eu aparecia no meio da discussão, pequenininha, olhando para cima, tentando entender para encontrar algo que pudesse participar dela (do lado dele, óbvio). Teve até uma vez, que eu e meu pai, batemos num cara junto, ele com soco, e eu com pontapé. Na verdade, eu estava tentando apartar a briga, mas o cara começou a bater no meu pai e eu desisti de dar uma de “deixa disso” e partir para cima tb e eu já tinha uns 20 e poucos anos, não era mais uma criança, então penso, que o cara deve ter se arrependido muito de ter brigado com meu pai. Acredito hoje em dia, que com tudo isso, nunca pude ser muito criança e principalmente, mulher, afinal, qual a moça que sai por aí distribuindo pontapés? Ou como fiz com um cara que foi criticar minha mãe comigo e não chegou nem a dizer “a” e eu já saí “rebocando”. Ainda tentaram me segurar, o que eu detesto, não há nada pior do que te segurarem quando vc está louco para apertar o pescoço de alguém. Um namorado meu, que me achava a mulher mais delicada que ele já tinha visto, ficou tão assustado com meu “repentino” comportamento, que terminou comigo logo depois. Eu tentei esconder o que eu era, mas não consegui. Ele viu bem como eu viro bicho quando fazem algo com minha família. Além disso, ainda levou uma cadeirada na cabeça, que não foi dirigida à ele, mas sim, ao safado que teve a ousadia de vir falar mal da minha mãe comigo, só que ele entrou na frente bem na hora. Ops, foi mal!