Saturday, September 08, 2007

Não sou mãe

Eu não sou mãe e tenho 33. Que graça tem a vida, pois não posso criar alguém? Tenho amor para dar ao mundo, mas gostaria de ser uma única vez egoísta e dar todo o amor para um só ser: meu filho.
Não sei o que se passa comigo, acho que sou muito racional para compreender o que não se pode explicar. Só que me vejo hipnotizada e apaixonada pelos bebês das propagandas. Quando durmo, tenho sonhos com bebês sugando meus mamilos.
Num dos sonhos que tive e que não esqueço jamais, havia nascido um bebê prematuro que não conseguia sugar o meu leite, não tinha forças. Eu me esforçava para que o bico do meu seio coubesse na sua pequena boca. Minha única preocupação era alimentar aquela criança. E a criança era tão minúscula. Haviam manchas em sua pele. Não era dos bebês mais bonitos, mas era meu, só meu... E eu ia amá-lo, alimentá-lo e aquecê-lo com meu corpo. Senti que dar meu leite à ele, era como dar meu sangue, meu corpo, parte de mim. Se fosse necessário, eu daria até a minha própria vida para aquele que ali estava com a cabeça no meu colo. Eu não sei o que é mais bonito. Qual paixão é mais forte do que essa? Qual amor é maior do que esse? Eu não sei.
Só sei que já sou mãe, mesmo que seja só nos meus sonhos, quando coloco minha cabeça no travesseiro e quando meu espírito ultrapassa as fronteiras entre os mundos.

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